'Casa da Morte', em Petrópolis (RJ) - Divulgação/Prefeitura de Petrópolis
Ditadura Militar

'Casa da Morte': Justiça do Rio autoriza posse de imóvel ligado à ditadura militar

Espaço ganhou notoriedade como um centro de tortura da ditadura militar, sendo denunciado por vítimas e opositores do regime

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 23/05/2025, às 18h20

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a Prefeitura de Petrópolis a tomar posse do imóvel conhecido como "Casa da Morte", localizado no bairro Caxambu. Durante a ditadura militar, esse local serviu como centro clandestino de tortura e assassinato de presos políticos. 

A decisão judicial permite que a prefeitura avance com o plano de transformar o imóvel em um memorial dedicado às vítimas do regime militar, iniciativa que conta com apoio do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e do Ministério Público Federal.

Resistência e memória

O projeto prevê a criação do "Memorial de Liberdade, Verdade e Justiça", com um investimento inicial de R$ 1,4 milhão destinado à desapropriação e restauração do imóvel. A "Casa da Morte" ganhou notoriedade como um centro de tortura da ditadura militar, sendo denunciada por vítimas do regime.

A transformação da "Casa da Morte" em memorial é o resultado de uma luta de mais de 10 anos, envolvendo a prefeitura, o Ministério Público Federal e entidades da sociedade civil.

Não há dados oficiais sobre a quantidade de presos que esteve no local, mas os registros indicam que apenas uma pessoa sobreviveu à Casa: Inês Etienne Romeu, que morreu em 2015. As atividades da Casa da Morte também aparecem em relatos de militares, que confirmaram que o local era utilizado para a tortura e o assassinato de opositores.

A iniciativa ocorre em consonância com outros projetos políticos e culturais relacionados com a memória do período, como a transformação da casa onde foi gravado "Ainda Estou Aqui" (dir. Walter Salles) em um espaço cultural de resistência ao regime,  projeto encabeçado pela prefeitura do Rio de Janeiro.

A decisão judicial que autoriza a posse do imóvel pela prefeitura representa um passo significativo para a preservação da memória histórica e para a promoção dos direitos humanos no Brasil.

Rio de Janeiro notícias Ditadura militar Petrópolis Justiça Casa da Morte posse

Leia também

Após 50 anos da infecção, mulher morre vítima de doença rara nos EUA


Descoberta rara na Polônia pode dar novas pistas sobre revolta histórica no país


Justiça do Paraná condena homem à prisão por homicídios ligados a grupo neonazista


'Atolado em cocaína': os bastidores do set de Popeye, segundo magnata de Hollywood


Mansão que pertenceu ao diretor Stanley Kubrick está à venda no Reino Unido


A filha secreta de Freddie Mercury, segundo nova biografia


OSZAR »