Separadas por duas décadas, Cristiane e Vitória descobriram o parentesco após uma reportagem de TV; história reacendeu esperança de uma vida nova
Redação Publicado em 12/06/2025, às 19h00
O que parecia ser apenas o início de uma nova amizade em um abrigo para pessoas em situação de rua em Campinas (SP) revelou-se um reencontro comovente entre mãe e filha. Cristiane Duarte da Silva, de 41 anos, e Vitória Duarte Machado, de 21, descobriram após dois meses de convivência que são, na verdade, mãe e filha, separadas há duas décadas por um histórico de vulnerabilidade social, abandono e desencontros.
A revelação aconteceu de forma inesperada após Cristiane aparecer em uma reportagem da EPTV, afiliada da Rede Globo, exibida na última segunda-feira, 9. O vídeo mostrava a formatura de alunos de cursos profissionalizantes promovidos pelo 'Instituto Há Esperança', onde ambas estavam abrigadas.
O tio de Vitória, ao vê-la na TV, reconheceu Cristiane e alertou a jovem, que imediatamente foi procurá-la. Bastou uma foto enviada por celular para confirmar o que os corações já suspeitavam: elas eram mãe e filha.
"Eu saí gritando: 'Achei, achei, achei!'", conta Vitória, emocionada. A comoção foi geral no abrigo, especialmente no refeitório, onde cerca de 170 pessoas presenciaram o reencontro. "Em 25 anos de trabalho na assistência social, nunca vi algo assim", relatou Roberta Dantas, coordenadora do Instituto. Segundo ela, o reencontro trouxe esperança a todos que convivem diariamente com as dores do abandono e da exclusão.
Cristiane, que vive nas ruas há anos, conta que perdeu o contato com a filha após fugir de casa por causa de uma tentativa de abuso sexual do padrasto. Tentou retomar o contato por meio de cartas, mas nunca recebeu resposta. Mesmo vivendo nas ruas, nunca deixou de pensar nos filhos: "Você dorme sem saber se estão bem, se comeram, se alguém está cuidando".
Agora, mãe e filha fazem planos para reconstruir a vida juntas. Cristiane, que se formou em confeitaria, informática e elétrica, sonha com trabalho e moradia fixa.
Na rua não dá pra criar família. Quero reunir todos os meus filhos. Antes de morrer, quero vê-los todos juntos", desabafa. Vitória, que até então não sabia da origem da mãe, confirma: "O abraço de mãe depois de 20 anos é a melhor coisa do mundo".
Segundo o G1, a história de Cristiane e Vitória é mais do que uma coincidência tocante — é um lembrete poderoso de que mesmo nos cenários mais difíceis, como o da população em situação de rua, ainda é possível resgatar laços, sonhos e a esperança de um futuro melhor.
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