Decisão foi tomada na última semana, após recurso apresentado pela defesa do réu contra uma condenação anterior do Tribunal de Justiça de São Paulo
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o empresário Sérgio Nahas a 8 anos e 2 meses de prisão, em regime fechado, pelo assassinato da esposa, Fernanda Orfali, ocorrido em setembro de 2002 no apartamento do casal, localizado no Centro de São Paulo.
A decisão foi tomada na última semana, após recurso apresentado pela defesa do réu contra uma condenação anterior do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Em 2018, Nahas havia sido sentenciado a 7 anos de prisão em regime semiaberto. Com o julgamento no STF, a pena foi aumentada a pedido do Ministério Público. Nahas continua respondendo ao processo em liberdade.
O caso ainda aguarda o trânsito em julgado — quando não cabe mais recurso. Conforme repercute a TV Globo, a defesa da família de Fernanda afirmou que a espera por justiça tem sido longa e dolorosa:
O pai da vítima morreu sem ver a Justiça ser feita. A mãe dela também não está em bom estado de saúde após anos clamando por justiça”, diz a nota enviada à emissora.
A defesa de Sérgio Nahas não se manifestou até o momento. Na época do crime, os advogados alegaram que Fernanda sofria de depressão e teria tirado a própria vida.
A acusação, por outro lado, sustentou que o empresário assassinou a esposa após ela descobrir um caso extraconjugal e o uso de drogas por parte dele. Segundo o promotor Fernando Bolque, Nahas temia o divórcio e a consequente partilha de bens.
Conforme a acusação, Fernanda tentou se proteger dentro do closet do apartamento. Nahas teria arrombado a porta e efetuado dois disparos. O laudo pericial apontou que o primeiro tiro atingiu a vítima, e o segundo atravessou a janela.
A Polícia Científica não encontrou resíduos de pólvora nas mãos de Fernanda, o que reforçou a tese de que ela não teria atirado. A defesa, contudo, alegou que a pistola utilizada não deixava vestígios nas mãos, apenas nas roupas. Após o crime, Nahas chegou a ser preso por porte ilegal da arma, mas foi solto após 37 dias, por decisão da Justiça.