Espaço ganhou notoriedade como um centro de tortura da ditadura militar, sendo denunciado por vítimas e opositores do regime
A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a Prefeitura de Petrópolis a tomar posse do imóvel conhecido como "Casa da Morte", localizado no bairro Caxambu. Durante a ditadura militar, esse local serviu como centro clandestino de tortura e assassinato de presos políticos.
A decisão judicial permite que a prefeitura avance com o plano de transformar o imóvel em um memorial dedicado às vítimas do regime militar, iniciativa que conta com apoio do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e do Ministério Público Federal.
O projeto prevê a criação do "Memorial de Liberdade, Verdade e Justiça", com um investimento inicial de R$ 1,4 milhão destinado à desapropriação e restauração do imóvel. A "Casa da Morte" ganhou notoriedade como um centro de tortura da ditadura militar, sendo denunciada por vítimas do regime.
A transformação da "Casa da Morte" em memorial é o resultado de uma luta de mais de 10 anos, envolvendo a prefeitura, o Ministério Público Federal e entidades da sociedade civil.
Não há dados oficiais sobre a quantidade de presos que esteve no local, mas os registros indicam que apenas uma pessoa sobreviveu à Casa: Inês Etienne Romeu, que morreu em 2015. As atividades da Casa da Morte também aparecem em relatos de militares, que confirmaram que o local era utilizado para a tortura e o assassinato de opositores.
A iniciativa ocorre em consonância com outros projetos políticos e culturais relacionados com a memória do período, como a transformação da casa onde foi gravado "Ainda Estou Aqui" (dir. Walter Salles) em um espaço cultural de resistência ao regime, projeto encabeçado pela prefeitura do Rio de Janeiro.
A decisão judicial que autoriza a posse do imóvel pela prefeitura representa um passo significativo para a preservação da memória histórica e para a promoção dos direitos humanos no Brasil.