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Notícias / Guerra do Afeganistão

Guerra do Afeganistão: Veteranos acusam aliados por crimes de guerra

De acordo com investigações do programa Panorama, da BBC, há relatos de execuções sistemáticas de prisioneiros algemados e de civis

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 12/05/2025, às 17h30

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Soldados em operação no Afeganistão - Getty Images
Soldados em operação no Afeganistão - Getty Images

Ex-integrantes das forças especiais do Reino Unido denunciaram colegas por crimes de guerra cometidos durante operações no Iraque e no Afeganistão. As acusações incluem execuções de civis — inclusive de uma criança — e manipulação de cenas para encobrir os assassinatos.

De acordo com investigações do programa Panorama, da BBC, há relatos de execuções sistemáticas de prisioneiros algemados e de civis mortos enquanto dormiam. Armas teriam sido plantadas nos locais dos crimes como parte de estratégias de acobertamento. As denúncias se estendem por mais de uma década — muito além dos três anos atualmente analisados por um inquérito público britânico.

Denúncia inédita

Pela primeira vez, integrantes do Special Boat Service (SBS), regimento de elite da Marinha Real, também foram citados nas denúncias, ao lado de membros do Special Air Service (SAS), que já estão sob investigação formal. 

Veteranos relataram à BBC a existência de uma “mentalidade de grupo” entre alguns soldados, marcada por condutas descritas como “fora da lei” e por “traços psicopáticos graves”.

Algemaram um menino e atiraram nele. Era claramente uma criança, sem idade para combater”, relatou um ex-membro do SAS que serviu no Afeganistão.

O governo britânico afirmou que qualquer pessoa com informações ou provas deve encaminhá-las ao inquérito público. O deputado liberal-democrata Mike Martin, membro do Comitê de Defesa, afirmou à BBC que os relatos são consistentes com os depoimentos de famílias afegãs. 

É profundamente decepcionante saber que soldados de elite estavam ignorando deliberadamente as regras de engajamento que juraram seguir”, declarou.

O Panorama também informou que o então primeiro-ministro David Cameron foi alertado, diversas vezes, sobre a morte de civis por forças especiais britânicas durante seu mandato.

Em resposta, seu porta-voz negou qualquer envolvimento em encobrimentos, classificando as insinuações como “completo absurdo” e reforçando que o correto é aguardar as conclusões do inquérito.

As denúncias se baseiam em mais de 30 entrevistas com veteranos que serviram no Oriente Médio com ou ao lado das forças especiais britânicas. Richard Bennett, relator especial da ONU para direitos humanos no Afeganistão, destacou a gravidade dos relatos e a “necessidade de responsabilização plena e justiça para as vítimas e suas famílias”.

O Ministério da Defesa britânico declarou estar totalmente comprometido com a colaboração no inquérito independente e que não comentará casos que possam estar dentro de seu escopo, nem especulará sobre possíveis conclusões.

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