Descoberta de vértebra cervical com marca de mordida em Alberta é a primeira evidência de predadores atacando pterossauros na América do Norte
Uma equipe de paleontólogos encontrou, no estado de Alberta, Canadá, os restos fossilizados de um pterossauro que viveu há aproximadamente 76 milhões de anos. O fóssil, uma vértebra cervical descoberta no Dinosaur Provincial Park em julho de 2023, traz uma intrigante marca de mordida feita por um antigo parente dos crocodilos.
A marca, com cerca de 0,4 cm de largura, oferece uma visão rara sobre as interações entre predadores e presas no período Cretáceo. "Os ossos dos pterossauros são muito delicados - portanto, encontrar fósseis onde outro animal claramente deu uma mordida é excepcionalmente incomum", explicou Caleb Brown, do Royal Tyrrell Museum of Palaeontology, segundo o Newsweek.
Aparentemente, o fóssil seria de um jovem pterossauro da família Azhdarchidae, cuja envergadura era de aproximadamente 2 metros. Caso tivesse atingido a fase adulta, ela poderia chegar a impressionantes 10 metros.
Por meio de microtomografias computadorizadas e comparações com outros fósseis, a equipe confirmou que a perfuração no osso foi causada por uma mordida, descartando danos decorrentes da fossilização ou do processo de escavação.
"Os traços de mordida ajudam a documentar as interações das espécies desse período", afirmou Brian Pickles, ecologista da Universidade de Reading, na Inglaterra. Ele acrescentou que, embora não seja possível determinar se o pterossauro estava vivo ou morto no momento do ataque, o fóssil demonstra que crocodilianos ocasionalmente predavam ou vasculhavam pterossauros juvenis na região.
Esta é a primeira evidência conhecida de um crocodiliano mordendo um pterossauro na América do Norte. Contudo, fósseis semelhantes de pterossauros Azhdarchidae com marcas de mordidas foram encontrados anteriormente na Romênia.
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