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Notícias / História

Quem escreveu a Bíblia? Estudo usa IA para identificar primeiros autores do livro sagrado

Estudo inovador liderado por pesquisadora combina IA, estatística e linguística para identificar estilos de autoria nos livros da Bíblia

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 05/06/2025, às 13h45

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Imagem ilustrativa de uma bíblia - Getty Images
Imagem ilustrativa de uma bíblia - Getty Images

Um novo estudo publicado na última terça-feira, 3, na revista científica PLOS One lança luz sobre um dos maiores mistérios da história: quem escreveu a Bíblia? Utilizando inteligência artificial, modelagem estatística e análise linguística, uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu identificar diferentes estilos de escrita nos livros que compõem o Eneateuco — os nove primeiros livros da Bíblia Hebraica.

A pesquisa foi liderada por Shira Faigenbaum-Golovin, professora de matemática da Universidade Duke, nos Estados Unidos. Ela e sua equipe analisaram variações sutis no uso de palavras em diferentes passagens bíblicas, revelando três estilos distintos de autoria. A descoberta pode ajudar a desvendar quem foram os escribas responsáveis por compilar esses textos milenares.

Descobrimos que cada grupo de autores tem um estilo diferente — surpreendentemente, mesmo em palavras simples como 'não', 'qual' ou 'rei'", explicou Thomas Römer, do Collège de France, coautor do estudo.

O método, desenvolvido especialmente para lidar com trechos curtos e com linguagem preservada, permitiu identificar a provável autoria de capítulos antes considerados enigmáticos.

Foi o caso dos livros de Samuel: enquanto o "1º Samuel" não se encaixa claramente em nenhum dos estilos reconhecidos, "2º Samuel" mostrou afinidade com os textos da chamada "História Deuteronomista", que inclui livros como Josué, Juízes e Reis.

Mais aplicações

Inspirada por um trabalho anterior de 2010, no qual Faigenbaum-Golovin e o arqueólogo israelense Israel Finkelstein analisaram inscrições em cerâmicas do século 6 a.C., a nova pesquisa abre caminho para aplicações ainda mais amplas. A mesma abordagem poderá ser usada para autenticar documentos históricos como cartas atribuídas a figuras famosas, como Abraham Lincoln.

"Este estudo introduz um novo paradigma para a análise de textos antigos", afirma Faigenbaum-Golovin. Agora, segundo a 'Revista Galileu', os pesquisadores se preparam para aplicar a técnica em outros textos milenares, como os Manuscritos do Mar Morto, com a expectativa de revelar ainda mais segredos escondidos no tempo.

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