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Notícias / Mundo

Tsunami gigante moveu rocha de 1.300 toneladas para penhasco em Tonga há 7 mil anos

Descoberta por moradores locais e estudada por cientistas, a rocha Maka Lahi repousa a 200 metros da costa e 39 metros acima do nível do mar

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 28/05/2025, às 13h50

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A rocha Maka Lahi foi encontrada na borda do penhasco - Reprodução/University of Queensland/Martin Köhler
A rocha Maka Lahi foi encontrada na borda do penhasco - Reprodução/University of Queensland/Martin Köhler

Uma rocha colossal descoberta em 2024 na costa sul da ilha tonganesa de Tongatapu está desafiando o que se sabia sobre a força destrutiva dos tsunamis. Nomeada Maka Lahi — que significa "rocha grande" em tonganês — o bloco de pedra mede 14 metros de comprimento, 12 metros de largura e 6,7 metros de altura, com um peso estimado em mais de 1.300 toneladas. O mais surpreendente: ela está localizada a 200 metros do penhasco mais próximo e a 39 metros acima do nível do mar.

De acordo com um estudo publicado no periódico Marine Geology, pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, acreditam que a pedra foi transportada até esse local improvável por um tsunami gigantesco há aproximadamente 7.000 anos. A equipe, liderada por Martin Köhler, teve a ajuda de moradores locais que indicaram a presença da rocha incomum em meio à vegetação.

Ficamos surpresos com o que vimos. Estávamos em busca de indícios de antigos tsunamis nas falésias quando um grupo de fazendeiros nos guiou até Maka Lahi. Ao vê-la, foi inacreditável imaginar como ela foi parar tão longe da costa", relatou Köhler ao Live Science.

Utilizando modelagem tridimensional e técnicas de datação por isótopos, os pesquisadores calcularam que a onda responsável pelo feito poderia ter atingido 50 metros de altura e durado cerca de 90 segundos. A hipótese é que a rocha tenha se soltado da borda de um penhasco e sido empurrada para o interior da ilha pela força brutal da água.

Esse evento extraordinário pode estar ligado a um terremoto cossísmico, que teria gerado um deslizamento de terra submarino e, em seguida, um tsunami secundário. A mesma onda pode ter sido responsável por inundações na Ilha Norte da Nova Zelândia, a mais de 2.000 quilômetros de distância, cujos registros geológicos também apontam para um grande tsunami na mesma época.

Alerta poderoso

A região de Tonga está situada no chamado "Anel de Fogo" do Pacífico, uma zona de intensa atividade sísmica e vulcânica, onde placas tectônicas se encontram e colidem. Segundo o 'Live Science', essa localização a torna altamente vulnerável a tsunamis, como o que atingiu a ilha em 2022 após a erupção do vulcão submarino Hunga Tonga–Hunga Ha'apai, que causou ondas de até 19 metros e matou seis pessoas.

"O tsunami de 2022 já foi extremamente destrutivo, e ele nem se compara ao evento que transportou Maka Lahi", explicou Annie Lau, geomorfóloga costeira e coautora do estudo.

Segundo os cientistas, a descoberta de Maka Lahi serve como um alerta poderoso para as populações do Pacífico Sul e outras regiões costeiras do mundo. Compreender a frequência e magnitude desses eventos extremos do passado é essencial para fortalecer as estratégias de gestão de risco e preparação para desastres.

"Saber que uma rocha de mais de mil toneladas foi movida por uma onda mostra que precisamos reavaliar nossos modelos sobre o que os tsunamis podem realmente fazer", conclui Lau. "Esse tipo de conhecimento pode salvar vidas no futuro".

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