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Notícias / Estados Unidos

Um em 100 mil: cobra com duas cabeças nasce em loja na Califórnia

Um caso raro de policefalia chamou a atenção nos Estados Unidos: uma cobra com duas cabeças nasceu em um criadouro de répteis em Berkeley, Califórnia

Redação Publicado em 22/05/2025, às 10h00

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Cobra com duas cabeças nasce nos EUA - Reprodução/Instagram (@theeastbayvivarium)
Cobra com duas cabeças nasce nos EUA - Reprodução/Instagram (@theeastbayvivarium)

Um caso raro de policefalia chamou a atenção nos Estados Unidos: uma cobra com duas cabeças nasceu em um criadouro de répteis em Berkeley, na Califórnia. O animal, da espécie cobra-real-californiana (Lampropeltis getula californiae), veio ao mundo no East Bay Vivarium, e recebeu dois nomes – um para cada cabeça: Zeke e Angel. A condição é extremamente incomum, com ocorrência estimada de um em cada 100 mil nascimentos.

A cobra completou seis meses de vida em março, quando foi apresentada ao público pela equipe do vivário. Os responsáveis explicam que ambas as cabeças são ativas e compartilham um único corpo.

Elas dividem órgãos internos como estômago e coração, mas possuem controle motor independente. A cabeça menor, segundo os cuidadores, parece ser mais alerta e comanda melhor os movimentos.

cobra
Imagens de raio-x mostram a estrutura do corpo da cobra / Crédito: Reprodução/Instagram (@theeastbayvivarium)

“São duas cabeças lutando por um corpo”, descreveu o perfil oficial do East Bay Vivarium nas redes sociais. Apesar da coordenação limitada, não há sinais de agressividade entre as cabeças. “Talvez só um cabo de guerra pelo controle”, acrescenta a publicação.

O proprietário do vivário, Alex Blancherd, acredita que o animal pode crescer até cerca de 1,2 metro de comprimento e viver entre 20 e 30 anos, como é típico da espécie. “Esperamos que elas vivam esse tempo todo”, disse em entrevista à emissora ABC7 News.

A alimentação também é afetada pela duplicidade: apenas uma das cabeças costuma se alimentar. Um vídeo divulgado pelo vivário mostra uma presa congelada sendo oferecida; enquanto uma cabeça ignora completamente o alimento, a outra o devora. A equipe suspeita que a cabeça inativa não esteja conectada ao sistema digestivo.

Mesmo com o interesse do público, os donos da loja afirmam que a cobra não será vendida. O animal pode ser visitado, mas conta com um espaço reservado onde pode se esconder do olhar dos curiosos.

“Esperamos que quem venha conhecê-la também aprenda mais sobre répteis e enxergue esses animais com mais empatia — tanto os que vivem em cativeiro quanto os que estão na natureza”, afirmou Blancherd ao site CNET.

A cobra-real-californiana é uma espécie não venenosa e comum no oeste dos EUA, adaptando-se bem a florestas, desertos, áreas urbanas e pastagens. É facilmente identificada pelas listras claras e escuras ao longo do corpo e está entre os répteis mais populares entre criadores.

A policefalia

A policefalia ocorre quando um embrião, durante as primeiras etapas do desenvolvimento, tenta se dividir em dois — como acontece na formação de gêmeos idênticos —, mas não completa o processo. A veterinária Alaina Macdonald, da Universidade de Ontario, no Canadá, explicou que esse tipo de falha acontece quando a divisão celular (mitose) é interrompida de forma tardia, repercute o UOL.

“Quando um óvulo é fertilizado, um pequeno embrião é formado. Ocasionalmente, o embrião se divide para produzir um segundo embrião com o mesmo material genético. Esse processo deve ocorrer em um equilíbrio muito delicado e específico de expressão gênica e condições ambientais corretas”, disse ao portal do Museu do Condado de County.

Segundo Macdonald, a maioria das divisões ocorre antes do 10º dia de gestação, resultando em gêmeos completos. Mas, em casos raros, o processo só acontece por volta do 13º ou 14º dia, e a separação acaba incompleta – originando um organismo com duas cabeças.

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