Com formato incomum — e considerada sagrada por povos indígenas —, a estrutura misteriosa localizada no meio da Amazônia intriga cientistas
Publicado em 05/05/2025, às 17h00 - Atualizado em 07/05/2025, às 18h10
Um intrigante mistério envolve o Cerro El Cono, uma enorme formação rochosa com cerca de 400 metros de altura que se ergue abruptamente de uma porção da floresta amazônica ao leste do Peru.
Isolado em meio à densa vegetação, o pico piramidal chama a atenção por sua forma incomum e solitária, visível a mais de 400 quilômetros de distância, até mesmo dos Andes, em dias claros.
Localizado na região da Sierra del Divisor, na fronteira entre o Peru e o Brasil, o Cerro El Cono se destaca entre as demais elevações, o que tem despertado curiosidade tanto entre cientistas quanto entre povos locais.
A origem da montanha permanece um enigma. Por estar situada em uma área de difícil acesso e pouco explorada, o Cerro El Cono é alvo de diversas teorias.
Alguns geólogos especulam que possa se tratar de um antigo vulcão extinto, enquanto outros acreditam que sua formação é resultado de processos geológicos naturais, ainda que incomuns, que moldaram sua forma cônica. Nenhuma dessas hipóteses, no entanto, foi confirmada por estudos conclusivos no local.
Para as comunidades indígenas da região, no entanto, o significado do Cerro El Cono vai além da geologia. De acordo com relatos publicados pelo jornal La República, o pico é considerado uma entidade espiritual sagrada, um "Apu andino".
Como explica o portal Live Science, na tradição dos povos do Peru, Bolívia e Equador, os Apus são montanhas divinas, que protegem e orientam aqueles que vivem ao seu redor. Assim, para esses grupos, o Cerro El Cono não é apenas uma formação natural, mas um guardião ancestral da floresta e das pessoas.
Há também teorias mais especulativas, como a que sugere que o Cerro El Cono seria, na verdade, o que resta de uma pirâmide construída por civilizações indígenas antigas. Não existem, no entanto, evidências arqueológicas que sustentem essa hipótese.
O pico está situado nas margens do rio Ucayali, um dos principais afluentes do rio Amazonas. Segundo a fonte, a região ao seu redor é considerada uma das áreas com maior biodiversidade do planeta, abrigando espécies ameaçadas, como o tatu-canastra, a onça-pintada e várias espécies de primatas.
Para proteger esse ecossistema, foi criado em 2015 o Parque Nacional Sierra del Divisor, uma área de conservação que cobre mais de 1,3 milhão de hectares. Mesmo assim, o parque ainda enfrenta ameaças sérias, como o desmatamento ilegal, a mineração de ouro e a caça predatória.
A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do planeta. Ela ocupa cerca de 5,5 milhões de km² e se estende por nove países da América do Sul, incluindo o Brasil. É considerada uma das regiões mais ricas em biodiversidade do mundo, abrigando milhões de espécies de plantas, animais e microrganismos, muitas das quais ainda não foram catalogadas.
