Presença do animal nas águas amazônicas reforça a necessidade de monitoramento ambiental para evitar possíveis impactos sobre espécies nativas
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 03/02/2025, às 19h30
Imagens de um camarão de tamanho incomum capturado por pescadores no Pará estão circulando nas redes sociais e impressionando internautas. No vídeo, os pescadores comparam o crustáceo com suas próprias mãos e cabeças, evidenciando sua dimensão surpreendente.
O animal foi identificado como um Camarão-Gigante-da-Malásia (Macrobrachium rosenbergii), espécie que pode atingir até 32 cm no caso dos machos e 25 cm no das fêmeas.
Em entrevista ao UOL, o ictiólogo Kleber Mathubara destacou que essa espécie é nativa de regiões tropicais e subtropicais do Indo-Pacífico, com registros no sudeste asiático, norte da Austrália e diversas ilhas dos oceanos Índico e Pacífico.
Sua introdução no Brasil ocorreu há mais de 45 anos, inicialmente no Nordeste, para cultivo comercial na atividade de carcinicultura.
Embora tenha sido introduzido no Nordeste, o camarão exótico se espalhou para outras regiões do país, incluindo o Sudeste e o litoral amazônico, onde foi recentemente capturado. Como não é uma espécie nativa, sua pesca não é proibida no Brasil. Pelo contrário, sua remoção pode trazer benefícios ambientais.
"A introdução de espécies exóticas é uma das principais causas da perda de fauna no Brasil, pois elas competem com espécies nativas por alimento e espaço, sem predadores naturais eficientes para controlar suas populações", explica Mathubara.
O Camarão-Gigante-da-Malásia se destaca por sua versatilidade alimentar, consumindo pequenos vermes, moluscos, insetos aquáticos, algas, frutos e sementes. Além disso, tem uma notável capacidade de adaptação a diferentes ambientes, podendo viver tanto em água doce quanto em água salgada. Ele é encontrado em rios, estuários e até mesmo em regiões oceânicas a até 200 km da costa, o que facilita sua rápida disseminação.
A presença desse camarão nas águas amazônicas reforça a necessidade de monitoramento ambiental para evitar possíveis impactos sobre espécies nativas e o equilíbrio ecológico local.
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