Gregor Formanek, último guarda de campo de concentração nazista conhecido ainda sob investigação na Alemanha, morreu em 2 de abril, aos 100 anos
Redação Publicado em 30/04/2025, às 11h48
Gregor Formanek, último guarda de campo de concentração nazista conhecido ainda sob investigação na Alemanha, morreu em 2 de abril, aos 100 anos, informou o jornal britânico Daily Mail.
Ex-integrante da SS, ele era acusado de colaborar no assassinato de mais de 3 mil pessoas — entre judeus, prisioneiros de guerra e opositores políticos — durante a Segunda Guerra Mundial, no campo de Sachsenhausen, próximo a Berlim.
Sua morte, confirmada pelo Tribunal Regional de Hanau, encerra um dos últimos processos por crimes nazistas. O julgamento sequer teve início. Após ser considerado incapaz de responder às acusações por motivos médicos, o caso foi reaberto por determinação do Tribunal Superior de Frankfurt, que questionou a avaliação de sua saúde e exigiu nova perícia.
Formanek, adolescente à época dos crimes, seria julgado segundo o código penal juvenil, mas sua idade avançada complicou o andamento do processo. Para críticos, os sucessivos adiamentos favoreceram criminosos idosos que escapam da responsabilização.
Nascido em setembro de 1924 na Romênia, filho de um alfaiate de língua alemã, ingressou na SS em julho de 1943 e passou a integrar o batalhão de guardas de Sachsenhausen, onde pelo menos 100 mil pessoas morreram entre 1936 e 1945.
Após a guerra, foi capturado pela União Soviética e condenado a 25 anos por crimes contra a humanidade. Libertado após dez anos, viveu discretamente na Alemanha Ocidental, informou o Daily Mail.
Descoberto por jornalistas em 2024, Formanek nunca comentou publicamente as acusações. “Ele ajudou a matar milhares. Viveu livre por 80 anos. As vítimas não tiveram essa chance”, afirmou um dos coautores da acusação, segundo o jornal.
Desde uma decisão histórica em 2011, que permitiu julgar qualquer pessoa envolvida no funcionamento dos campos de extermínio, a Alemanha tem acelerado ações para levar os últimos criminosos nazistas à Justiça.
O caso Formanek era visto como um dos últimos grandes julgamentos do tipo. Com sua morte, o processo foi encerrado — um “obstáculo processual irreversível”, de acordo com o tribunal.
