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Notícias / Segunda Guerra Mundial

Alemanha veta participação russa em aniversário do fim da Segunda Guerra

Segundo um porta-voz do parlamento, a medida foi tomada com base na 'avaliação do governo sobre o convite de representantes'

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 17/04/2025, às 19h00

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Soviéticos em trincheira de Stalingrado, ao fim da 2ª Guerra - Domínio Público
Soviéticos em trincheira de Stalingrado, ao fim da 2ª Guerra - Domínio Público

O Parlamento alemão decidiu não convidar os embaixadores da Rússia e da Bielorrússia para a cerimônia que marcará o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. O evento será realizado no próximo dia 8 de maio, na câmara baixa do Bundestag, em Berlim.

Segundo um porta-voz do parlamento, a medida foi tomada com base na "avaliação do governo sobre o convite de representantes", levando em consideração o receio de que os diplomatas utilizem a ocasião para fins de propaganda anti-Ucrânia.

A decisão acompanha uma diretriz já emitida pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, que orientou autoridades locais, estaduais e federais a excluírem representantes russos e bielorrussos das cerimônias oficiais relativas ao fim da guerra. 

O ministério expressou preocupação com a possibilidade de que os eventos sejam “explorados de maneira maliciosa e conectados à guerra de agressão contra a Ucrânia”.

Diplomacia

Berlim tem mantido uma postura firme de apoio ao governo ucraniano desde o início da invasão russa, sendo o segundo maior fornecedor de ajuda militar a Kiev, atrás apenas dos Estados Unidos.

A decisão ocorre dias após uma polêmica causada pela presença do embaixador russo Sergey Nechayev em um evento na cidade de Seelow, no leste do país. Apesar de a cerimônia ter sido planejada como um ato silencioso, imagens mostraram o diplomata sendo recebido por autoridades locais, o que provocou reações negativas.

A Batalha das Colinas de Seelow, lembrada na ocasião, foi a maior travada em solo alemão durante a Segunda Guerra, resultando na morte de dezenas de milhares de soldados soviéticos e aliados.

O embaixador da Ucrânia na Alemanha, Oleksii Makeiev, criticou duramente a participação de Nechayev, classificando-a como “inapropriada” e chamando o diplomata de “representante de um regime criminoso”.

Friedrich Merz, que assume o cargo de chanceler em 6 de maio, dois dias antes do evento no Bundestag, já afirmou que manterá o compromisso de Berlim com o apoio à Ucrânia.

A nova configuração do parlamento, no entanto, traz desafios: o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), de viés pró-Kremlin, passou a ocupar o maior bloco de oposição após as eleições de fevereiro.

Mesmo com os atuais conflitos diplomáticos, a Alemanha continua preservando memoriais de guerra dedicados ao Exército Vermelho, em reconhecimento ao papel desempenhado pelos soviéticos na derrota do regime nazista. Esses monumentos fazem parte dos acordos firmados durante o processo de reunificação do país, após a queda do Muro de Berlim.

Nos últimos anos, o presidente russo, Vladimir Putin, tem frequentemente utilizado o legado da Segunda Guerra Mundial como justificativa para suas ações militares, incluindo a invasão da Ucrânia.

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