Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Reino Unido

Após 38 anos preso injustamente, britânico quebra o silêncio: 'Perdi minha liberdade há quatro décadas'

Peter Sullivan foi condenado em 1987 pelo assassinato da florista Diane Sindall, de 21 anos, em Birkenhead, Merseyside, no ano anterior

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 13/05/2025, às 19h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Peter Sullivan - Reprodução/Polícia de Merseyside
Peter Sullivan - Reprodução/Polícia de Merseyside

Peter Sullivan, de 68 anos, foi liberto nesta semana após ter sua condenação por assassinato anulada pelo Tribunal de Apelação do Reino Unido. Ele passou quase quatro décadas encarcerado por um crime que novas evidências científicas indicam ter sido cometido por outra pessoa. O caso já é considerado o mais longo erro judiciário da história do país.

Sullivan foi condenado em 1987 pelo assassinato da florista Diane Sindall, de 21 anos, em Birkenhead, Merseyside, no ano anterior. Na época, ele tinha 30 anos. Agora, exames de DNA revelaram a presença de material genético de um suspeito não identificado no corpo da vítima, o que levou à anulação da sentença por três juízes seniores.

Conforme repercute o Daily Mail, durante a audiência, transmitida por videoconferência diretamente da prisão de segurança máxima HMP Wakefield, Sullivan ouviu com serenidade o veredito.

Perdi minha liberdade há quatro décadas por um crime que não cometi”, disse ele, em declaração lida por seu advogado. “Não estou com raiva, não estou amargurado. Apenas quero estar com minha família e aproveitar o tempo que me resta.”

Emocionados, membros da família de Sullivan choraram ao ouvir a decisão: “Anulamos a condenação”. O juiz destacou que, apesar das fortes evidências circunstanciais na época do julgamento, os novos dados de DNA mudam completamente o cenário. “Se estivessem disponíveis em 1986, as provas teriam sido consideradas insuficientes”, afirmou.

O caso

A vítima, Diane Sindall, foi assassinada brutalmente após sair do trabalho. Ela caminhava até um posto de gasolina para comprar combustível depois que a van da floricultura em que trabalhava quebrou.

Diane trabalhava até tarde para juntar dinheiro para seu casamento. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte, parcialmente vestido e com sinais de abuso e violência.

À época, Sullivan foi acusado com base em relatos de testemunhas, seu histórico de consumo de álcool e a posse de um pé de cabra, emprestado de um vizinho. Ele também havia deixado a cidade pouco depois do crime, o que levantou suspeitas. Contudo, os promotores admitiram agora que, diante das novas provas científicas, não haveria justificativa para acusá-lo.

Do lado de fora do tribunal, a advogada de Sullivan, Sarah Myatt, classificou o momento como “histórico e sem precedentes”. "Peter Sullivan é a vítima mais antiga de erro judiciário no Reino Unido. Hoje, finalmente, justiça foi feita", repercutiu o Mail,

A irmã de Sullivan, Kim Smith, destacou em testemunho a dor da família e demonstrou solidariedade à família da vítima. “Perdemos Peter por 39 anos. E os Sindall perderam Diane — ninguém venceu. Agora, vamos tentar reconstruir a vida dele.”

Com a reviravolta no caso, a Polícia de Merseyside reabriu a investigação para tentar identificar o verdadeiro responsável pela morte de Diane. O perfil genético encontrado não está registrado no Banco Nacional de DNA nem corresponde a nenhum crime não solucionado.

OSZAR »