Um assentamento da Idade do Bronze de cerca de 3.000 anos atrás foi descoberto por arqueólogos no Reino Unido durante construção de rodovia
Um assentamento da Idade do Bronze foi recentemente descoberto por arqueólogos no Reino Unido durante a construção de uma rodovia. Segundo o Conselho Municipal de Suffolk, o local trata-se de um “assentamento da Idade do Bronze Tardia e cemitério de cremação”, datado de cerca de 3.000 anos atrás.
A informação foi divulgada em um comunicado de meados de abril. A escavação foi realizada na área onde está sendo construída a estrada Europa Way, no noroeste de Ipswich.
A intensa atividade da Idade do Bronze Tardia foi identificada numa faixa de terreno formada por antigos depósitos de cascalho deixados por geleiras, localizados nas encostas mais baixas do lado norte do vale do rio Gipping.
De acordo com o conselho, há muitos registros de uso pré-histórico da terra nessas áreas de solo mais leve e pedregoso, que acompanham o curso do rio Gipping em direção ao interior.
Durante as escavações, foram encontrados 18 sepultamentos datados de cerca de 1200 a.C., além de vestígios de estruturas habitacionais e diversos artefatos. O sítio, próximo a Bramford e Sproughton, revelou indícios de um assentamento com economia agrícola mista, voltada ao cultivo de cereais e criação de gado.
Entre os objetos descobertos estão cerâmicas pós-Deverel-Rimbury, urnas de cremação, um alfinete de cobre, pesos de argila, um fuso e uma rara mó de sílex usada para moer grãos, informou o comunicado. Lascas de sílex trabalhado também foram identificadas.
Além dos vestígios da Idade do Bronze, o local revelou sinais de ocupações de outros períodos, como cerâmicas e sílex neolíticos, uma moeda de ouro da Idade do Ferro e estruturas pós-medievais mapeadas no século XIX.
Em nota, o gerente sênior de projeto Chris Thatcher, da Oxford Archaeology, afirmou que os vestígios encontrados são importantes para a compreensão da atividade pré-histórica. Segundo ele, aspectos como os achados substanciais de cerâmica, o cemitério de cremação e a forma como a paisagem agrícola era organizada têm grande relevância no contexto regional.
“Um traço distintivo deste cemitério de cremação é sua proximidade com as construções e com a vida cotidiana — o que indica que os habitantes do assentamento provavelmente eram enterrados nas proximidades. Isso se alinha a um padrão emergente de práticas funerárias da Idade do Bronze Tardia, marcando uma mudança em relação à preferência da Idade do Bronze Média por grandes cemitérios, geralmente dentro de extensos sistemas de campos, ou por enterros em monumentos ancestrais já existentes”, destacou.