Durante o feriado de 1º de maio, a cidade italiana de Sirmione, que conta com 8 mil habitantes, entrou em colapso após receber 75 mil visitantes
No último fim de semana, Sirmione, uma pequena cidade medieval às margens do Lago de Garda, no norte da Itália, enfrentou um colapso causado pelo turismo de massa. O cenário acendeu o alerta entre seus cerca de 8 mil habitantes.
Segundo o jornal Corriere della Sera, durante o feriado prolongado de 1º de maio, a cidade recebeu um número estimado de 75 mil visitantes, todos em busca de paisagens deslumbrantes e da vista privilegiada do castelo do século XIII, construído sobre uma península que se projeta para dentro do lago.
A superlotação gerou cenas caóticas: carros presos entre multidões, ônibus elétricos imobilizados e pedestres enfrentando até 40 minutos de espera para cruzar os portões do centro histórico. "Estas imagens chocantes são de Sirmione neste fim de semana. Tomado por turistas: caos, engarrafamento e horas de espera", compartilhou um usuário no X.
🚨 These shocking images are from Sirmione, on Lake Garda, Italy 🇮🇹 this weekend
— Mambo Italiano (@mamboitaliano__) May 4, 2025
Overrun by tourists — chaos, gridlock, and hours of waiting
A crisis that must be urgently addressed and regulated
It damages our heritage and turns the experience into a negative one
So sad… pic.twitter.com/D8SRujm1kv
A confusão tornou a vida dos moradores praticamente inviável e fez Sirmione se juntar a destinos turísticos saturados como Capri e Cinque Terre. Grupos locais, como o "Siamo Sirmione" (“Somos Sirmione”), descreveram o episódio como o "pior já registrado" e criticaram a gestão da prefeitura, alertando para o risco de prejuízo duradouro à imagem da cidade.
O que aconteceu nas últimas horas é inacreditável: um sistema viário completamente fora de controle, o centro histórico paralisado e moradores feitos reféns do trânsito. Nada de novo? Não — desta vez foi pior do que o habitual, pior do que nunca: uma situação constrangedora e perigosa, como nunca havíamos presenciado”, afirma um comunicado divulgado pelo grupo no Facebook.
“Estamos preocupados. Seriamente. Se esse é o modelo de gestão que a administração tem em mente, o risco já não é apenas o desconforto dos cidadãos, mas um dano real e duradouro para o turismo e para a imagem de Sirmione”, acrescentaram.
Marco Merlo, presidente da associação de hoteleiros e restaurantes, expressou preocupação com a segurança pública e a qualidade de vida na cidade. “Esperamos que a prefeitura nos envolva na busca por estratégias eficazes e amplamente acordadas”, destacou ao jornal britânico The Times.
O conselheiro de transportes Roberto Salaorni afirmou que não há planos de restringir o acesso à ponte que leva ao castelo. No entanto, reconheceu a necessidade de medidas de controle mais rígidas, como a instalação de barreiras para gerenciar fluxos excepcionais.
“O controle é absolutamente necessário, mas destaco que nunca vimos tanta gente antes — não apenas em Sirmione, mas também nas outras cidades ao redor do lago”, disse Salaorni ao jornal italiano.