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Notícias / Arqueologia

Estudo revela como elite asteca controlava comércio de obsidiana

Análise de quase 800 artefatos do Templo Mayor mostra que mexicas padronizaram uso da obsidiana verde de Pachuca após 1430 d.C.

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 13/05/2025, às 16h00

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Estudo revela como elite asteca controlava comércio de obsidiana - Getty Images
Estudo revela como elite asteca controlava comércio de obsidiana - Getty Images

Uma nova pesquisa conduzida pela Universidade de Tulane, em parceria com o Projeto Templo Mayor do México, revelou detalhes inéditos sobre as sofisticadas redes de comércio e uso da obsidiana pelos mexicas (conhecidos popularmente como astecas).

Publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo analisou 788 artefatos do principal templo de Tenochtitlán, hoje localizado no centro da Cidade do México, e traçou como esse material simbólico e estratégico circulou entre 1375 e 1521 d.C.

Usando tecnologia de fluorescência de raios X portátil (pXRF), os pesquisadores identificaram a origem geológica dos objetos e descobriram que quase 90% da obsidiana usada em contextos religiosos vinha da Serra de Pachuca.

Com sua coloração verde brilhante e associação simbólica com a divindade Quetzalcoatl e a cidade mítica de Tollan, essa obsidiana tornou-se o material preferido da elite para rituais e objetos cerimoniais.

Segundo Diego Matadamas-Gomora, autor principal do estudo e doutorando em antropologia, o uso ritual da obsidiana verde de Pachuca se intensificou a partir de 1430 d.C., após a consolidação do império asteca.

Isso indica uma crescente padronização religiosa e um controle centralizado sobre a produção e distribuição desses itens", afirmou.

Fontes

Ao lado dessa padronização, o estudo identificou a presença de obsidiana de pelo menos outras sete fontes, como Otumba, Tulancingo e Ucareo — este último, pertencente ao território dos Purépecha, rivais dos astecas.

Esses materiais, de menor prestígio, eram mais comuns em ferramentas utilitárias e contextos domésticos, sugerindo que os mercados locais forneciam uma variedade de obsidiana à população comum sem mediação da elite.

Segundo o 'Archaeology News', a análise mostra ainda que, nos primeiros estágios de Tenochtitlán (1375–1430 d.C.), havia uma diversidade maior de fontes utilizadas, mas isso mudou com a expansão do império.

Além disso, os dados sugerem que muitos itens rituais eram produzidos fora da capital, em oficinas especializadas, e trazidos por redes de distribuição controladas pelo Estado.

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