Arquivos recém-divulgados do FBI trouxeram novos detalhes sobre a investigação em torno do misterioso sequestrador de avião conhecido como D. B. Cooper
Arquivos recém-divulgados do FBI trouxeram novos detalhes sobre a investigação em torno do misterioso sequestrador de avião conhecido como D. B. Cooper, incluindo o fato curioso de que um dos suspeitos chegou a ser um homem em cadeira de rodas.
O material, com 398 páginas, foi divulgado nesta terça-feira, 1º. Ele expõe os esforços incansáveis do FBI para seguir pistas de pessoas que afirmavam saber quem era o homem que, em 1971, saltou de um avião Boeing carregando US$ 200 mil (R$ 1 milhão, na cotação atual), depois de fazer passageiros e tripulantes reféns.
No entanto, um suspeito após o outro foi descartado, como mostra um documento que fala sobre o homem em cadeira de rodas. “Um homem confinado a uma cadeira de rodas não sequestrou o avião neste caso”, registra o relatório, segundo o jornal New York Post.
D. B. Cooper é o apelido dado ao sequestrador — um homem bem vestido, de cabelo escuro e cerca de 40 anos, que se apresentou como Dan Cooper. Ele entregou um bilhete a uma comissária de bordo durante um voo da Northwest Orient Airlines que ia de Portland, Oregon, para Seattle, no dia 24 de novembro de 1971.
No bilhete, dizia ter uma bomba na pasta. Ele chegou a abri-la, mostrando fios e bastões vermelhos. Após o Boeing pousar em Seattle, Cooper libertou 36 passageiros em troca de US$ 200 mil e quatro paraquedas. Depois, ordenou que o avião decolasse novamente, rumo à Cidade do México, levando apenas alguns tripulantes.
A cerca de 10 mil pés de altitude, entre Seattle e Reno, Nevada, D. B. Cooper saltou pela parte traseira do avião, com o dinheiro do resgate, desaparecendo sem deixar rastros. Até hoje, o caso permanece sem solução, apesar das buscas intensas, das centenas de pessoas interrogadas pelo FBI e do fascínio de entusiastas de crimes reais que vasculham as evidências.
Os arquivos recém-liberados seguem um padrão parecido: alguém é apontado como suspeito, agentes investigam e, muitas vezes, mostram fotos às testemunhas do sequestro. Em vários documentos, aparece escrito à mão “Eliminado”, indicando que a pessoa foi descartada como possível autor, repercute o New York Post.
Suspeitos populares, como Richard McCoy Jr. — cujos filhos chegaram a dizer, no ano passado, que ele seria D. B. Cooper —, praticamente não aparecem nesses papéis. Em vez disso, surgem nomes de pessoas anônimas que acabaram esquecidas: um homem do Alabama que morreu de câncer poucos meses após o sequestro, pilotos de avião, paraquedistas e funcionários da Boeing.
Entre os nomes citados, um suspeito acabou entrando para o folclore do caso: Donald Sylvester Murphy. Ele chegou a dizer a um ex-editor da Newsweek que era D. B. Cooper, segundo os arquivos. Mas tudo não passava de um golpe para tentar extorquir US$ 30 mil do jornalista, fingindo ser o sequestrador. Murphy e um cúmplice foram condenados à prisão pelo golpe, conforme publicou o New York Times em 1973.