Animal domesticado vivia em casa de caçador, em Santo Antônio do Içá, no Amazonas, e aguarda remoção para centro de reabilitação
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Publicado em 06/02/2025, às 18h30
Um filhote de onça-pintada, carinhosamente apelidado de Golias, foi resgatado e devolvido um dia depois aos seus "tutores" em uma residência localizada em Santo Antônio do Içá, no Amazonas, a 800 quilômetros de Manaus. A ação policial ocorreu após uma denúncia anônima revelar que o animal era mantido como animal de estimação em uma casa de um caçador.
A família, que mantinha a onça sob seus cuidados há oito meses, entregou o filhote às autoridades sem oferecer resistência. Segundo informações do major Jonatas Soares, da Polícia Militar do Amazonas, em um vídeo enviado ao UOL, o animal, com menos de um ano, demonstrava comportamento dócil, típico de animais domesticados.
Golias vivia solto na casa e era alimentado com carne e frango. A prefeitura local informou que o animal não apresentava sinais de desnutrição ou ferimentos. A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) revelou ao UOL que o filhote é um macho, pesa 38 quilos e possui 1,58 metro de envergadura.
"Devido ao longo período de convivência com humanos, o animal precisará passar por um processo de readaptação antes de ser reintroduzido à natureza", afirmou a PMAM ao UOL.
Um dia após o resgate, o animal foi devolvido à família devido à falta de um abrigo adequado no município. A prefeitura informou ao UOL que aguarda que o Ibama ou outro órgão responsável providencie a sua remoção.
O Ibama, por sua vez, informou ao UOL que a área isolada dificulta o translado do animal. O órgão estuda a possibilidade de realizar o transporte por via aérea, em parceria com instituições especializadas nesse tipo de operação. O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade está em busca de um local de acolhimento temporário para a onça.
Em nota enviada ao UOL, o Ibama esclareceu a situação:
"A onça-pintada resgatada ainda não foi avaliada diretamente por servidores do Ibama. Entretanto, a princípio, considerando seu histórico e comportamento, a previsão é que o espécime seja destinado a um ambiente de cativeiro, a exemplo de zoológico, criadouro científico ou mantenedor de fauna. Caso seja avaliada a possibilidade de reabilitação do espécime, será implementado um programa de longo prazo, a fim de prover condições para o animal sobreviver de maneira independente para, enfim, ser solto em seu habitat".
