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Notícias / Dinossauro

Fóssil sugere que dinossauro voava baixo como uma galinha há 150 milhões de anos

Novo estudo explica como animal do período Jurássico conseguia voar enquanto muitos de seus parentes não-avianos permaneciam presos ao solo

por Giovanna Gomes
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Publicado em 16/05/2025, às 07h36

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O Archaeopteryx - Divulgação/Michael Rothman
O Archaeopteryx - Divulgação/Michael Rothman

Um artigo publicado nesta quarta-feira, 14, na revista Nature descreve um conjunto de penas jamais visto no fóssil do dinossauro Archaeopteryx, esclarecendo como esse animal conseguia voar enquanto muitos de seus parentes não-avianos permaneciam presos ao solo. Segundo o The New York Times, as evidências sugerem que ele voava de modo semelhante a uma galinha, planando apenas por curtas distâncias.

O espécime — hoje parte da coleção do Field Museum, em Chicago — foi encontrado em 1861 nos depósitos de calcário de Solnhofen, na Alemanha. À época, o esqueleto fossilizado ofereceu uma prova crucial para a teoria da evolução de Charles Darwin, além de confirmar que as aves descendem de dinossauros.

Desde que chegou ao Field Museum, em agosto de 2022, o fóssil passou por novos exames, culminando no estudo liderado por Jingmai O’Connor, curadora de répteis fósseis da instituição.

Do tamanho de um pombo, o Archaeopteryx viveu há cerca de 150 milhões de anos, no Jurássico. De acordo com o portal Galileu, a preservação excepcional do exemplar — com tecidos moles nas mãos e nos pés — indica que ele passava bastante tempo caminhando no solo e talvez escalasse árvores. Seus ossos ocos e diminutos estão fixos em uma placa de calcário extremamente dura. Por isso a equipe removeu a rocha circundante com extremo cuidado para não danificar a peça.

Embora não tenha sido o primeiro dinossauro a exibir penas ou asas, o Archaeopteryx é considerado o mais antigo capaz de usá-las para voar. Ainda assim, seu desempenho aéreo era limitado.

O fóssil de Archaeopteryx / Crédito: Divulgação/Delaney Drummond

Sustentação prejudicada

O’Connor ressalta que o braço longo do animal criava uma lacuna entre as penas primárias e secundárias, prejudicando a geração de sustentação. As penas terciárias — presentes na parte superior do braço e ausentes em dinossauros emplumados que não voavam — reforçam que a capacidade de voo surgiu mais de uma vez na linhagem dos dinossauros.

Para desvendar esses detalhes, os pesquisadores recorreram à tomografia computadorizada, que produz imagens 3D a partir de raios-X, e à luz ultravioleta, evitando a remoção inadvertida de tecidos moles.

As análises concentraram-se na cabeça, nas extremidades e nas asas. A estrutura óssea do palato, por exemplo, fornece pistas sobre a cinésia craniana — a mobilidade do bico em relação ao crânio —, característica que pode ter permitido às aves modernas assumir inúmeros nichos ecológicos e se diversificar em mais de 11 mil espécies.

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