Acidente com avião da Air India matou mais de 270 pessoas em Ahmedabad; investigações indicam perda de potência como fator provável
Autoridades da aviação civil da Índia investigam a perda repentina de potência dos motores como a causa mais provável do trágico acidente com um Boeing 787-8 da Air India, ocorrido em Ahmedabad.
A aeronave, com 242 pessoas a bordo, caiu instantes após a decolagem em direção ao Aeroporto de Gatwick, no Reino Unido, matando mais de 270 pessoas no pior desastre aéreo mundial da última década.
De acordo com o jornal The Times, dados preliminares e imagens de vídeo indicam que o avião subiu apenas cerca de 450 pés (cerca de 137 metros) antes de perder sustentação e despencar, atingindo prédios e explodindo em uma bola de fogo. A hipótese de falha nos dois motores General Electric GEnx, considerada "extremamente rara", passou a ser o foco principal das investigações.
A Direção-Geral de Aviação Civil da Índia (DGCA) determinou no domingo inspeções emergenciais em todos os Boeing 787 operados no país, com foco em sistemas de combustível, controles eletrônicos dos motores e outros componentes críticos. A medida é preventiva, diante da gravidade e da raridade da possível falha dupla de propulsão.
Enquanto as investigações prosseguem, familiares das vítimas começaram a receber os corpos identificados por meio de testes de DNA. Ao menos 80 vítimas já foram formalmente reconhecidas.
Os primeiros funerais aconteceram neste início de semana, marcados por forte comoção em Ahmedabad, onde o impacto do acidente ainda é sentido em cada rua atingida pela tragédia.
O modelo envolvido no acidente, o Boeing 787 Dreamliner, é conhecido por sua tecnologia avançada e segurança operacional, com milhares de voos realizados diariamente em todo o mundo. A possível falha simultânea nos dois motores levanta preocupações inéditas entre especialistas e autoridades internacionais da aviação.
Segundo o 'Independent', a Boeing e a General Electric afirmaram estar colaborando com as autoridades indianas e enviaram equipes técnicas para ajudar na análise da caixa-preta da aeronave e dos destroços. Até o momento, não há indícios de sabotagem ou erro humano, mas os investigadores não descartam nenhuma hipótese.
Este é o acidente aéreo mais mortal desde 2014, quando um avião da Malaysia Airlines desapareceu sobre o Oceano Índico. A tragédia reacende o debate global sobre a confiabilidade de sistemas automatizados e a necessidade de revisões técnicas rigorosas mesmo em aeronaves consideradas de última geração.