Estatuetas extremamente raras foram encontradas em enterros cristãos durante escavações arqueológicas em Israel; confira!
Uma equipe de arqueólogos em Israel desenterrou três sepulturas cristãs de 1.500 anos contendo estatuetas raríssimas de ébano e osso que retratam pessoas de origem africana. Os objetos, provavelmente usados como pingentes, podem representar ancestrais dos indivíduos sepultados, conforme detalhado em um estudo publicado na revista Atiqot.
Segundo os pesquisadores, é possível que os mortos — duas mulheres e uma criança — ou seus antepassados sejam originários da África, e que essas pessoas teriam se convertido ao cristianismo antes de se estabelecerem no deserto de Negev.
"As estatuetas mostram que uma comunidade cristã viveu no sul do país há cerca de 1.500 anos, possivelmente com alguns de seus membros vindos da África", afirmou a Autoridade de Antiguidades de Israel em comunicado.
De acordo com informações do portal Live Science, os enterros foram encontrados em um cemitério próximo ao sítio arqueológico de Tel Malhata, no nordeste do Negev. O local data do período romano-bizantino e conta com sepulturas revestidas de pedra.
A fonte destaca que Tel Malhata já era habitado desde a Idade do Bronze Média (2000–1500 a.C.) e, durante o período romano, abrigou uma fortaleza que evoluiu para um centro administrativo e comercial estratégico.
Essa localização privilegiada, por onde passavam rotas de bens de luxo vindos da Arábia e de regiões ainda mais distantes, pode explicar a presença do ébano — madeira negra e densa, neste caso da espécie Diospyros ebenum, típica do sul da Índia e do Sri Lanka. O comércio com essas regiões teve início no século 4 d.C., época em que o Império Bizantino passou a importar itens como algodão, seda, especiarias e ébano.
Das cinco estatuetas encontradas, três foram esculpidas em osso — material comum desde o período neolítico — e duas em ébano, consideradas extremamente raras. Embora os sepultamentos sigam o estilo cristão, os pesquisadores destacam que os pingentes podem refletir práticas culturais ancestrais preservadas mesmo após a conversão religiosa.
Uma das sepulturas pertence a uma jovem de 18 a 21 anos, enterrada com vasos de vidro, uma pulseira de bronze e uma estatueta de osso representando uma mulher.
A segunda mulher, com entre 20 e 30 anos, foi sepultada com jarros de alabastro e duas estatuetas, sendo uma de osso e outra de ébano, com um rosto feminino detalhado e traços africanos. Já a criança, de 6 a 8 anos, foi enterrada com joias de bronze e dois pingentes — um deles de ébano, retratando um homem com feições africanas e cabelos longos.
A semelhança entre as estatuetas de ébano encontradas nos túmulos da mulher e da criança sugere que eram parentes próximos, possivelmente mãe e filho. "É provável que uma mulher e uma criança que foram enterradas lado a lado, e em cujos túmulos duas das estatuetas foram descobertas, pertencessem à mesma família — e talvez fossem mãe e filho", concluíram os arqueólogos.