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Notícias / Música

Você sente arrepios ao ouvir música? Seus genes podem estar por trás disso

Nova pesquisa com mais de 9 mil gêmeos indica que até 54% da nossa resposta emocional à música pode ser herdada geneticamente

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 16/04/2025, às 16h00

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Imagem ilustrativa de uma mulher ouvindo música - Getty Images
Imagem ilustrativa de uma mulher ouvindo música - Getty Images

Por que algumas pessoas choram ouvindo uma música enquanto outras apenas escutam sem grandes emoções? Um novo estudo publicado na revista Nature Communications sugere que parte dessa diferença pode estar nos nossos genes. Segundo os pesquisadores, até 54% da variação no prazer musical entre indivíduos pode ser atribuída à genética.

O estudo, liderado pelo doutorando Giacomo Bignardi, do Instituto Max Planck de Psicolinguística, analisou dados de mais de 9 mil gêmeos suecos entre 37 e 64 anos. Comparando respostas de gêmeos idênticos (que compartilham praticamente 100% do DNA) e gêmeos não idênticos (que compartilham cerca de 50%), os cientistas conseguiram estimar o papel da hereditariedade na forma como sentimos prazer com a música.

Para isso, usaram o Questionário de Recompensa Musical de Barcelona, que mede o quanto uma pessoa sente conexão emocional com a música, vontade de se movimentar com o ritmo ou prazer em compartilhar músicas com outras pessoas. Gêmeos idênticos mostraram mais que o dobro de semelhança nas respostas em comparação aos fraternos — um forte indicativo da influência genética.

Este estudo explora algo que muitos músicos já suspeitavam: algumas pessoas são simplesmente programadas para se conectar com a música em um nível mais profundo", afirmou Mitchell Hutchings, professor associado de voz na Florida Atlantic University, à Live Science.

Outros fatores

Mas os genes não explicam tudo. Os 46% restantes da variação no prazer musical foram atribuídos a fatores ambientais, como crescer em uma casa onde se tocava instrumentos, ouvir música em família ou frequentar concertos. A pesquisa também apontou que diferentes fatores genéticos parecem afetar aspectos distintos da experiência musical — como a emoção, o movimento ou a conexão social proporcionada pela música.

O estudo ainda levou em conta habilidades musicais específicas — como distinguir ritmos, tons e melodias — e o quanto os participantes tendem a responder positivamente a estímulos recompensadores no geral. E concluiu que 70% da influência genética no prazer musical não está relacionada a essas habilidades ou tendências, o que reforça a ideia de que a conexão emocional com a música pode ter raízes próprias no cérebro.

Segundo o 'Live Science', apesar dos resultados promissores, os autores reconhecem limitações. Uma delas é o pressuposto de que os gêmeos tiveram a mesma exposição musical na infância. Além disso, como a amostra era composta apenas por suecos, os cientistas ressaltam a necessidade de novos estudos em diferentes culturas e contextos sociais.

Para Michelle Luciano, professora da Universidade de Edimburgo, a pesquisa abre portas para investigações futuras sobre as origens evolutivas do prazer musical e os caminhos neurais que ligam a música às emoções humanas.

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