O transatlântico teve sua primeira viagem pelo Oceano Atlântico interrompida por um trágico naufrágio que entrou para a História
Se Jack Philips soubesse que estava prestes a fazer parte de um dos maiores naufrágios da História, ele talvez tivesse dado mais atenção aos seis alertas climáticos que recebeu ao longo do dia 14 de abril de 1912 — há exatos 113 anos.
No entanto, é claro que o telegrafista nem duvidava do futuro trágico que estava diante de si (ele foi uma das muitas vítimas do episódio), e por isso deixou-se ocupar pelas muitas mensagens de passageiros que repassava através dos canais de rádio do transatlântico.
As mensagens, que posteriormente revelariam sua sombria importância, alertavam para a presença de imensos pedaços de gelo no trecho do Oceano Atlântico que o RMS Titanic estava prestes a atravessar.
A despeito dos avisos, todavia, o navio não reduziu sua velocidade — o que, embora tenha sido considerado uma imprudência, não era incomum na época. Isso porque navios dependiam essencialmente de sua tripulação nas partes elevadas do navio para localizar os icebergs e evitar que esses atingissem a luxuosa embarcação. Infelizmente, a escolha de não se precaver custou muito caro àqueles viajantes. Foi nesse momento que foi cometido o erro fatal que afundou o navio.
Nesse contexto, uma neblina em volta do iceberg foi o suficiente para que os vigias noturnos não detectassem a camada glacial formada na rota que o Titanic percorria com a antecedência necessária.
Era 23:39 do dia 14 de abril de 1912 quando o vigia Frederick Fleet avistou um iceberg e, correu imediatamente para o sino da vigia e tocou três vezes; além de telefonar para a ponte de comando informando sobre a presença do colosso de gelo.
A mensagem foi passada para o Sexto Oficial James Moody, que ordenou ao Quartel-mestre Robert Hichens que alterasse imediatamente a rota do navio, virando tudo à estibordo (ou seja, para a direita).
Porém, antes que qualquer ordem entrasse em vigor, o próprio mecanismo do Titanic demorava 30 segundos para acontecer, com isso, a mensagem de Fleet demorou 40 segundos para chegar até o timão, e mais meio minuto para, de fato, ser atendido. Na velocidade que o barco estava, a demora foi fatal.
O impacto com o gelo foi brutal e abriu uma enorme fenda no casco do Titanic, ainda que possa não ter sido um rasgo contínuo, mas sim, uma série de diversos buracos — o que explicaria a inundação em diferentes compartimentos do navio.
Nos primeiros minutos do dia 15 de abril, mais precisamente às 00:05, o capitão Edward Smith ordenou que os botes salva-vidas fossem preparados. O colossal navio tinha perdido para a natureza oficialmente às 2:20 da manhã, quando afundou completamente.