Produzido em 1918, o longa-metragem documenta uma viagem fluvial pelo rio Amazonas; relembre a descoberta da obra cinematográfica
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 09/02/2025, às 20h00 - Atualizado em 12/02/2025, às 18h14
O filme 'Amazonas, o Maior Rio do Mundo', do cineasta Silvino Santos, foi considerado perdido desde a década de 1930, mas em 2023 ele foi novamente localizado na Cinemateca de Praga, na República Tcheca.
Produzido em 1918, o longa documenta uma viagem fluvial pelo rio Amazonas, registrando localidades como Belém, Marajó, Santarém, Itacoatiara, Manaus e o rio Putumayo, o qual abrange áreas do Pará, Amazonas e do oriente peruano. Relembre a descoberta!
Após cerca de uma década de exibições na Europa, o filme desapareceu dos registros. Sua identificação foi confirmada por meio da pesquisa do amazonense Sávio Stoco, realizada na Universidade Federal do Pará, conforme repercutido pelo G1 em 2023.
O redescoberta da obra ocorreu quando o curador inglês Jay Weissberg, do Festival de Cinema Silencioso de Pordenone (Itália), encontrou registros do filme no acervo da Cinemateca de Praga e solicitou a avaliação de Stoco.
A identificação foi possível graças às semelhanças entre o filme encontrado e sequências conhecidas de outra obra de Silvino Santos: "No Paiz das Amazonas".
Os intertítulos estavam em tcheco, e o título traduzido constava como "As Maravilhas do Amazonas", sem referências ao diretor ou ao país de origem.
A pesquisa de Stoco, que incluía descrições detalhadas e mais de 130 imagens do filme, foi essencial para comprovar sua autenticidade. Em entrevista ao g1 à época, o pesquisador afirmou:
Passamos alguns meses analisando com muito cuidado, eu e ele [Jay Weissberg]. Mesmo a troca de título estava explicada em minha pesquisa. E os intertítulos em tcheco se explicam, pois a cada país onde o filme passou, houve necessidade dessa tradução, na época”
Desde sua redescoberta, a obra já foi exibida em diversos eventos e instituições, incluindo o Festival de Pordenone, a Cinemateca Brasileira, e mostras em João Pessoa, Belém, Rio de Janeiro e Fortaleza.
Contudo, uma exibição realizada em 2023 no Teatro Amazonas se destacou pelo vínculo histórico da produção com a cidade de Manaus, onde o filme foi concebido.