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Notícias / Mundo

China anuncia avanços arqueológicos que reconstroem o passado com precisão

Restauro de coroa milenar e escavações na Ásia Central mostram como ciência de ponta e técnicas tradicionais revelam segredos arqueológicos

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 27/05/2025, às 16h00 - Atualizado em 29/05/2025, às 19h25

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Coroa milenar restaurada por arqueólogos chineses - Reprodução/CCTV News
Coroa milenar restaurada por arqueólogos chineses - Reprodução/CCTV News

A Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS) apresentou na última terça-feira, 27, em Pequim, sete avanços revolucionários em arqueologia tecnológica e conservação do patrimônio cultural, expondo como a fusão entre métodos tradicionais e ciência de ponta está transformando o entendimento da história milenar da China.

Entre os destaques está a restauração completa de uma coroa de ouro incrustada em prata, encontrada em 2019 em uma tumba secreta no condado de Wulan, na província de Qinghai. A peça, com mais de mil anos e ornamentos em forma de dragões, fênix e leões, estava tão corroída que se desmanchava ao toque, segundo os arqueólogos.

Com espessura metálica reduzida a apenas 200 mícrons — o equivalente a três folhas de papel A4 — e 2.582 pérolas espalhadas, a coroa foi restaurada ao longo de quase dois anos. Técnicas nacionalmente patenteadas e mais de 10 mil microssoldas de precisão permitiram reconstruir a obra-prima do período Tubo (618 – 842).

"Usamos imagens de raio-X e nêutrons para mapear toda a estrutura da coroa", explicou Huang Xi, especialista do laboratório da CASS. O resultado não só marca a primeira restauração completa do tipo na China, como também evidencia o intercâmbio cultural da época, unindo símbolos das planícies centrais chinesas à estética da Ásia Central — reflexo da antiga Rota da Seda no Planalto de Qinghai.

Mais avanços

Outro avanço notável veio de uma escavação conjunta com o Uzbequistão no sítio de Mingtepa, um projeto vinculado à Iniciativa Cinturão e Rota. A erosão da água danificara múltiplos túmulos coletivos, mas uma equipe móvel de arqueologia tecnológica chinesa levou um laboratório completo ao local, utilizando escaneamento 3D e imagem hiperespectral para decifrar as camadas da tumba em detalhes inéditos.

Entre as descobertas estão uma moeda de bronze "Wu Zhu" utilizada como ornamento, fragmentos de tecido de seda em padrão de sarja — possivelmente antecipando em um século a data conhecida dessa técnica — e um espelho de bronze com padrões Han, demonstrando a incorporação local de elementos culturais chineses.

Segundo o 'Global Times', outras revelações da conferência incluem: Evidências de mistura populacional na Mongólia Interior durante a era Zhou Oriental, descobertas de uvas indígenas usadas há milênios, contas de vidro mediterrâneas e indícios de transporte de cobre de longa distância durante o período de Erlitou.

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