Com patrimônio recorde, monarca britânico supera marca deixada pela mãe e levanta questionamentos sobre lucros da família real com bens públicos
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 20/05/2025, às 16h20
O patrimônio pessoal do Rei Charles III alcançou um novo marco histórico em 2025, superando com ampla margem a fortuna acumulada por sua mãe, a Rainha Elizabeth II, ao longo de sete décadas de reinado.
Segundo a tradicional 'Rich List', publicada pelo jornal britânico 'The Sunday Times', o rei possui agora uma fortuna estimada em 850 milhões de dólares (cerca de R$ 4,8 bilhões), um crescimento expressivo em relação aos 770 milhões registrados no ano anterior.
Embora Charles não figure entre os dez britânicos mais ricos da lista, o relatório destaca que o ritmo de crescimento de sua fortuna é excepcional — até mesmo entre os chamados ultrarricos. Para comparação, Elizabeth II, falecida em 2022, encerrou sua vida com um patrimônio estimado em 486 milhões de dólares.
Grande parte da riqueza do rei vem do Ducado de Lancaster, um vasto portfólio imobiliário privado que gera lucros por meio de aluguéis, concessões e outras cobranças feitas a órgãos públicos e empresas. O Ducado da Cornualha, equivalente administrado atualmente pelo Príncipe William, segue a mesma lógica e também contribui para o acúmulo de capital da família real.
No entanto, essa lucratividade crescente não vem sem controvérsia. Uma investigação conjunta do 'The Sunday Times' com o programa Dispatches, do Channel 4, questionou os métodos usados para gerar receita.
Um dos casos apontados foi um contrato de US$ 14 milhões com o sistema público de saúde britânico (NHS), que passou a pagar aluguel para estacionar ambulâncias elétricas em um armazém pertencente ao Ducado de Lancaster — uma operação revelada pelo jornal The Independent.
Apesar das críticas, os dados evidenciam que a gestão financeira de Charles está longe de ser apenas cerimonial. Segundo a 'Revista L'Officiel', à frente da mais antiga monarquia da Europa, o rei tem demonstrado habilidade em manter o trono não apenas como um símbolo histórico, mas também como um império econômico moderno e altamente rentável.
