Jeffrey Wood, responsável pelo roubo do célebre retrato de Winston Churchill intitulado “O Leão Rugindo”, foi condenado a dois anos de prisão
Jeffrey Wood, responsável pelo roubo do célebre retrato de Winston Churchill intitulado "The Roaring Lion" (“O Leão Rugindo”), foi condenado nesta segunda-feira, 26, a dois anos de prisão, em Ottawa, no Canadá.
A imagem, símbolo da resistência britânica durante a Segunda Guerra Mundial, foi tirada em 1941 pelo fotógrafo Yousuf Karsh logo após um discurso de Churchill no Parlamento canadense. A careta registrada se tornou tão emblemática que passou a estampar a nota de cinco libras esterlinas.
O retrato original, doado por Karsh ao hotel Château Laurier em 1998, foi furtado entre o fim de dezembro de 2021 e o início de janeiro de 2022. Wood o substituiu por uma cópia e fugiu.
Segundo a emissora pública canadense CBC, o crime só foi descoberto em agosto daquele ano, quando um funcionário do hotel percebeu que havia algo errado com a moldura na sala de leitura. A foto falsa foi retirada e o caso ganhou repercussão internacional.
A investigação revelou que Wood, antes do roubo, havia feito uma ligação ao hotel, buscado contato com a casa de leilões Sotheby’s para vender uma cópia do retrato, e chegou a anunciar nas redes sociais que pretendia deixar o Canadá. A polícia conseguiu localizá-lo graças a denúncias públicas e análises forenses. Ele vivia na região oeste de Ottawa.
Durante o roubo, o retrato original — preso com parafusos especiais que exigem ferramentas específicas — foi removido e substituído com precisão. Posteriormente, foi rastreado até Gênova, na Itália, onde havia sido adquirido por meio de um leilão em Londres.
O comprador, que desconhecia a origem ilícita da peça, cooperou imediatamente com as autoridades ao ser informado e devolveu a obra em setembro de 2024. Em março deste ano, Wood declarou-se culpado por falsificação, furto acima de 5 mil dólares canadenses e tráfico de propriedade roubada. Outras três acusações foram retiradas.
De acordo com a CBC, o juiz Robert Wadden, ao proferir a sentença, classificou o retrato como um item de “significado cultural e histórico” e criticou a motivação financeira do crime. O magistrado também apontou que a fotografia foi danificada no processo.
Após a audiência, Wood foi algemado e levado sob custódia. Sua defesa considerou a sentença “desnecessariamente severa” e anunciou que irá recorrer, argumentando que se tratava de um crime contra a propriedade, sem violência, e que o réu era primário e confessou os delitos.
A gerente-geral do Château Laurier, Geneviève Dumas, que acompanhou várias audiências, celebrou o retorno do retrato ao hotel. “Essa imagem significa muito mais do que uma simples cópia. Representa parte da história canadense”, disse à CBC. “Estamos muito felizes.”