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Matérias / As Mil Mortes de Nora Dalmasso

Quem foi Nora Dalmasso, argentina que teve história contada em série documental

História de assassinato virou tema de documentário da Netflix; "As Mil Mortes de Nora Dalmasso" foi disponibilizada na plataforma no último dia 19

por Giovanna Gomes
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Publicado em 23/06/2025, às 17h00 - Atualizado em 25/06/2025, às 18h40

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Caso Nora Dalmasso virou tema de série documental - Divulgação/Netflix
Caso Nora Dalmasso virou tema de série documental - Divulgação/Netflix

Um caso criminal registrado na Argentina há quase 20 anos ganhou repercussão recentemente com o lançamento da minissérie documental "As Mil Mortes de Nora Dalmasso", lançada na Netflix no dia 19 de junho.

Dividida em três episódios e dirigida por Jamie Crawford, também responsável por "Desastre Total: Woodstock 99", a produção revisita um dos crimes mais controversos e midiáticos da história recente do país. A narrativa segue os depoimentos do viúvo e dos filhos da vítima que, pela primeira vez, falaram publicamente com profundidade sobre o tema.

Vida e morte de Nora

Nora Dalmasso, então com 51 anos de idade, era arquiteta e empresária e vivia uma rotina confortável com o marido, um renomado traumatologista, no condomínio de luxo Villa Golf, em Río Cuarto, na província de Córdoba.

Segundo informações do portal El Comércio, o casal tinha dois filhos: Valentina, que estudava nos Estados Unidos na época, e Facundo, então universitário em Córdoba.

O crime ocorreu em novembro de 2006, em um fim de semana. Na época, Marcelo estava fora do país, participando de um torneio de golfe em Punta del Este, no Uruguai. Facundo, por sua vez, participava de um jantar do Rotary Club na capital.

A empresária Norma Dalmasso / Crédito: Divulgação/Netflix

No dia 25 daquele mês, um vizinho encontrou Nora morta em sua residência. A cena era chocante: a mulher estava nua, com sinais de violência sexual e estrangulamento por um cinto de roupão.

Sucessão de erros

Embora a brutalidade do crime e as circunstâncias misteriosas tenham provocado comoção imediata, o que se seguiu, no entanto, foi uma sucessão de erros na investigação. Afinal, destaca a fonte, a cena do crime não foi devidamente preservada, e dezenas de pessoas circularam pela casa antes da chegada dos peritos.

Com o tempo, o foco das autoridades e da mídia deixou de ser as provas concretas e passou a expor aspectos íntimos da vida de Nora e sua família.

Primeiro, um pedreiro foi acusado sem evidências sólidas, sendo logo descartado. Depois, Facundo foi apontado como suspeito com base em uma frágil amostra de DNA e em especulações sobre sua orientação sexual. A teoria levantada dizia que o jovem teria matado a mãe durante uma suposta discussão sobre sua sexualidade.

Mais tarde, a promotoria direcionou a acusação ao viúvo, Marcelo Macarrón, sugerindo teorias como a de que ele teria feito um "voo fantasma" até Río Cuarto a fim de cometer o crime ou mesmo que teria contratado matadores.

Mesmo com álibis claros e ausência de provas concretas, Marcelo enfrentou um julgamento que só terminou em julho de 2022 com sua absolvição por falta de evidências.

Dalmasso foi vítima de assassinato aos 51 anos de idade / Crédito: Divulgação/Netflix

Reviravolta

Quase duas décadas depois do crime, uma reviravolta surgiu. Em dezembro de 2024, um novo exame de DNA apontou outro suspeito: Roberto Bárzola, um criador de maquetes e polidor de pisos, já mencionado na investigação anos antes, mas nunca formalmente acusado. Seu perfil genético foi encontrado tanto no cinto usado no estrangulamento quanto em um pelo pubiano recolhido na cena.

Mesmo diante dessa evidência, a defesa de Bárzola argumentou que o caso já estaria prescrito. Porém, em maio de 2025, a Justiça argentina rejeitou o pedido e decidiu pela continuidade das investigações. Desde então, o acusado passou por exames psicológicos e teve seus antecedentes revisados.

Até o momento, Bárzola segue em liberdade. Ele é obrigado a se apresentar regularmente às autoridades, mas não enfrenta restrições para viajar.

Questionamentos

A série da Netflix, que mistura vídeos caseiros, arquivos jornalísticos e entrevistas com especialistas, não apenas revisita o caso sob um novo olhar, como também questiona o papel da imprensa e da Justiça em casos de grande repercussão pública.

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